O tamanho do pênis é muito valorizado pelos homens. A relação entre a intensidade desta preocupação parece ser inversamente proporcional ao tamanho, ou seja, quanto menor o membro, mais stress e ansiedade. Claro que existem outras variáveis importantes, como as experiências sexuais passadas. Ninguém esquece um comentário da namorada que reclamou. Fato incontestável é que a nossa cultura ainda é marcada pelo falocentrismo e os homens, na sua maioria, cultuam as dimensões penianas.
Apesar das mulheres afirmarem que o pênis de tamanho médio é o preferido, fantasias proliferam na cabeça dos rapazes, fomentadas por filmes e imagens pornográficas que cada vez mais precocemente os excitam. Os atores nesses filmes, via de regra, têm pênis enormes, transam horas e provocam gemidos intensos e orgasmos femininos múltiplos. Quem cresce alimentado por essas referências tem mais chance de supervalorizar o tamanho do pênis como um pré-requisito fundamental para a satisfação sexual. Muitas disfunções sexuais começam assim.
O pênis participa de duas funções básicas: eliminar impurezas líquidas e reproduzir a espécie. A primeira tarefa executa flácido ao direcionar o jato urinário (urinar pela manhã com uma ereção é difícil). Para realizar a segunda, necessita de um aumento expressivo do tamanho e mudança de consistência ficando rígido para conseguir depositar o sêmen na entrada do útero.
Então na sua própria fisiologia, tamanho e rigidez são importantes. Deriva daí a idolatria pelo falo grande e duro como sinônimos de virilidade e potência.
Quem controla o estado em que se encontra o pênis é o sistema nervoso. Na maior parte do tempo o pênis permanece flácido através de uma ordem do cérebro para que chegue ali apenas a quantidade de sangue necessária para nutrição de seus tecidos.
Quando ocorre uma excitação, o cérebro prepara o membro para o coito através de um incremento significativo na quantidade de sangue que penetra nos corpos cavernosos. A mágica da ereção envolve dilatação dos vasos sanguíneos. Por outro lado, manter a flacidez significa limitar a chegada de sangue através de vasoconstrição. Mas imaginemos que você esteja plenamente satisfeito com seu pênis, muito bem resolvido e feliz. De repente percebe que ele está encolhendo. Que azar! O que fazer?
Primeira informação relevante: o pênis realmente pode reduzir de tamanho! Na grande maioria dos casos essa redução é pequena, alguns centímetros. Mesmo assim, pode aborrecer muito a vítima.
O encurtamento peniano pode ser apenas subjetivo, ou seja, o homem acha que o pênis era maior quando na verdade nada mudou. Ou objetivo, quando efetivamente ocorre uma redução real no membro.
No primeiro caso, a impressão de que o pênis diminuiu pode acontecer em situações relacionadas à ansiedade e depressão. Não ocorre alteração física no pênis que continua igual, mas mudanças na percepção da autoimagem acabam gerando distorções que podem realmente convencer o homem que o membro era maior. Aqui cabe a atuação do psicólogo e eventualmente do psiquiatra.
Abordemos em seguida, as situações onde efetivamente ocorre encurtamento. Existem algumas razões médicas para isso ocorrer:
Com a informação anterior de que o mecanismo de controle da flacidez e ereção tem a ver com vasoconstrição e vasodilatação, ou seja, quantidade de sangue fica mais fácil entender que alguns remédios com efeito vasoconstritor e que agem na região genital podem provocar o encolhimento. Outro grupo de medicamentos que interfere negativamente são os bloqueadores da testosterona, usados no tratamento do câncer da próstata.
Aqui o princípio é o mesmo. O tabagismo afeta cronicamente a circulação e pode ser a causa de encurtamento peniano. Várias substâncias presentes no cigarro causam vasoconstrição. Além disso, fumar provoca impotência sexual.
Quanto maior a quantidade de gordura na região pélvica, menor a parte do pênis que fica para fora do corpo. Esse é o mesmo problema do pré-adolescente que está na fase de repleção, gordinho, e os pais se preocupam, pois tem membro pequeno. Menor que o do primo. Aqui vale a dica de ter bastante cuidado em não generalizar. O ideal é sempre consultar um médico e tirar dúvidas com quem realmente entende.
Com a idade, a produção de testosterona vai reduzindo gradativamente em todos os homens. Em alguns, essa queda se da de maneira mais acentuada podendo gerar sintomas e sinais. Um desses pode ser a sensação de encurtamento peniano, especialmente na parte da manhã. Ocorre que na falta do estímulo androgênio, as ereções noturnas e matinais escasseiam e com isso o tecido erétil do pênis pode atrofiar, gerando a sensação de encurtamento.
Cerca de 5% dos adultos sofrem dessa patologia: doença de Peyronie. Ocorre uma fibrose nas camadas de revestimento dos corpos cavernosos que gradativamente entortam o pênis e realmente reduzem o comprimento e em alguns casos o diâmetro do pênis. Importante saber que a doença pode ser tratada e que existem cirurgias que devolvem a funcionalidade ao pênis.
Procedimentos cirúrgicos envolvendo o canal por onde o homem urina e a tradicional para câncer da próstata têm sido relacionados com o encurtamento peniano. Nesses casos, o próprio processo de cicatrização levaria ao encurtamento. Por isso, a orientação geral é de que o homem submetido a essa cirurgia reinicie precocemente sua vida sexual. Tudo com orientação médica, é claro.
Prevenir é sempre a melhor opção. Adotar hábitos de vida saudáveis buscando sempre investir no futuro é a solução também para esse problema. Alimentação balanceada, atividade física regular e controle do peso ajudam em todos os aspectos. Manter-se ativo sexualmente, mesmo que através da masturbação significa um ótimo exercício para o pênis que não deixa de ser um músculo. E como todos os músculos, ele também precisa de exercício.
Fazer exames periódicos e identificar o mais cedo possível as doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes significa evitar muitos problemas futuros.
Situações assim merecem toda atenção, pois o homem fica bastante vulnerável a falsas promessas e até charlatanismo para “recuperar seu membro”.
Por isso, conhecer as variações fisiológicas e medidas de prevenção para evitar essas situações enumeradas acima ajuda bastante.